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Tem gente que é casa

  • Ohanna Patiele Santos
  • 23 de abr. de 2013
  • 2 min de leitura

Ohanna Patiele e João Milhomem - Foto Vinnie Parente

À beira do fogão numa manhã de domingo me ocorreu uma comparação... (nada genial, alguém já deve ter escrito algo parecido mas... whatever!)


Tem gente que parece com lugares...

Sério, gente. Deixa eu explicar.


Tem gente que é hospital, cemitério, fila do banco... A gente tenta evitar a todo custo, só traz sentimento ruim, mas de vez em quando tem que encarar.


Tem gente que é escola... Você aprende muito, descobre coisas novas, tem experiências fantásticas, faz amigos de verdade. Mas, uma hora acaba, vocês tem que seguir em frente. Essa pessoa vai fazer novos alunos, você vai viver o que aprendeu com ele.


Tem gente que é balada... Você se diverte, ri, dança, bebe... Você adora, uma, duas, três vezes na semana, mas cansa... Quando acaba, não sobra quase nada que se aproveite.


Agora, bom mesmo é encontrar gente que é casa.

Em casa, você pode ficar de pijama e chinelo que 'tá tudo bem...

Em casa, tem maquiagem e todos os seus melhores vestidos, mas nem precisa disso...

Você fica bem quando tem uma comida de chef, mas também come aquelas estranhas misturas deliciosas que não vende em lugar nenhum...

Você aprende com os grandes sábios da humanidade e também com brincadeiras, programas inúteis de TV ou numa discussão besta sobre uma inutilidade qualquer...

Em casa, você fica doente só pra ganhar um dengo...

Pode chorar sem medo de ficar com a cara de um panda...


É pra casa que a gente volta correndo depois da balada, da escola, do trabalho...

A gente viaja de férias e morre de saudades da nossa casa...

É em casa que a gente guarda as melhores lembranças...

É onde estoura um cano, um chuveiro queima, dá cupim no telhado, mas a gente não abandona, a gente conserta...

Casa é o melhor lugar do mundo!


É o porto seguro, onde a gente planeja a vida...

É onde plantamos um jardim e esperamos as flores nascerem...


Eu achei casa...

Casa que aplaca a saudade da outra casa da infância...

Casa que partilha alegria, problemas, sonhos...

Casa que só me faz bem...

E ele estava lá, quietinho, esperando o almoço ficar pronto.

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