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Ritmos latinos contagiam a capital federal

  • Ohanna Patiele Santos
  • 31 de mar. de 2017
  • 2 min de leitura

Músicos e dançarinos procuram disseminar a cultura afro-latina em Brasília. Centenas de alunos aprendem danças como salsa, merengue e reggaeton


Junto com a comida, a música e a dança são as manifestações mais representativas, acessíveis e democráticas de uma cultura. Os ritmos latinos ultrapassaram as fronteiras da América do Sul, ganharam todo o mundo e na capital federal não é diferente.

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O venezuelano Eládio Oduber é um dos pioneiros na disseminação da música afro-latina em Brasília. O pianista fundou a banda Cocina Del Diablo em 1989 e até 1994, apresentou o repertório clássico e nativo do Caribe para os candangos. Atualmente, Eládio integra o quarteto Latakia Latin Jazz e participou da gravação de um CD da banda Sonora Tropicante.


Eládio explica que a salsa representa para os latinos o mesmo que o samba representa para os brasileiros. “É praticamente uma religião, existe todo um ritual, as pessoas se reúnem para fazer comida, para beber, para tocar e para dançar. Tivemos oportunidade de apresentar a energia do ritmo, o impacto da verdadeira estética latina para os brasilienses”, conta.

O venezuelano Eládio Oduber (direita) é um dos pioneiros na disseminação da música afro-latina em Brasília (Foto: Arquivo Pessoal)
O venezuelano Eládio Oduber (direita) é um dos pioneiros na disseminação da música afro-latina em Brasília (Foto: Arquivo Pessoal)

Os músicos brasileiros também foram ‘impregnados’ pelo ritmo, conta Eládio, principalmente. “Bateristas, percussionistas, trompetistas e baixistas foram influenciados. Alguns estudaram, se aprofundaram e hoje nos trazem novidades”.


Segundo o pianista, os músicos afro-caribenhos são uma tribo, que em qualquer lugar do mundo encontram formas de se reunir e tocar. “Faz parte de prazer muito profundo, que envolve atuar, dançar, curtir, improvisar, suar. Quando uma salsa não faz ninguém dançar, não é salsa. A vocação principal de um grupo é el bailador”, conta.


Dança

Esse prazer ‘viciou’ Pedro Mariano, que conheceu a salsa enquanto cursava Relações Internacionais na UnB. Após se formar, decidiu se dedicar aos ritmos latinos e fazer uma segunda licenciatura, em dança. Desde 2011, coordena a Associação Cultural Corazón Salsero, junto com os sócios Ana Diniz e Pablo Santiago.


“A dança tem tantas vantagens que é difícil abandoná-la. Tem a questão da sociabilidade, de multiplicar seu círculo pessoal, tem o bem-estar físico, cuidar da saúde com uma atividade divertida, além de estar em contato com uma cultura exótica”, explica Pedro.


Além da salsa e suas variações, a companhia ensina todos os ritmos afro-latinos, entre eles, a rumba, o merengue, o mambo, a bachata, cumbia, reggaeton e o chá-chá-chá. Os alunos do projeto também têm contato com instrumentos, vestimentas e a linguagem.

Ana Diniz, Pablo Santiago e Pedro Mariano coordenam a Associação Cultural Corazón Salsero
Ana Diniz, Pablo Santiago e Pedro Mariano coordenam a Associação Cultural Corazón Salsero

Atualmente, o grupo conta com doze professores e é um dos projetos de extensão da Casa da Cultura da América Latina da UnB, valendo horas complementares para os alunos da universidade. Por semestre, cerca de 300 alunos participam das aulas.


O trabalho de disseminar a cultura latina em Brasília é reconhecido por diversas embaixadas, que convida o grupo para a promoção de festas, aulões e apresentações de coreografias. A Corazón Salsero já se apresentou na Feira das Embaixadas e nas embaixadas de Cuba, República Dominicana, Colômbia, Peru e Estados Unidos.


A companhia também desenvolve projetos em parceria com a Secretaria de Cultura do DF, com o Caribeño, na 413 Sul, e com uma loja maçônica, na 909 Norte, e com o Sindicato dos Bancários.


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